segunda-feira, 1 de novembro de 2010

being kitsch

Dia maluco de produção e ensaio, calor infernal, preguiça master... tá ficando bonito, viu? fizemos algumas imagens para produção de material gráfico... aí vai uma fresquinha...


Estréia dia 19, hein!


quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Quem tem 30 lembra...

Antes...


e depois...



Como termina?

Nossa, sumimos por aqui. Blog tem dessas coisas...

A rotina de ensaios foi bem maluca desde o último post. O espetáculo foi erguido de maneira rápida [fazia tempo que eu não vivia um processo tão rápido e intenso]. Tudo muito diferente dos processos anteriores, nada de aquecimentos longos, nada de muita preparação [no sentido de exercícios físicos pra criar um corpo, um comportamento previamente estudado], ou seja, o embasamento para estar em cena é totalmente outro. Texto na mão, liga o corpo e vai. E o comportamento, e o gesto, e os sentidos, ou seja o personagem e seu universo, são construídos no próprio ato de levantar as cenas. Renato brinca: "Surpreenda-me!". E lá vamos nós. Uma delícia ser dirigido pelo Sr. Turnes, que sabe te pedir o que quer sem rodeios e não tem o menor problema em descartar coisas lindas que não vão ser úteis. Aliás, este tem sido um exercício de desapego como poucos. O projeto inicial que tínhamos eu e Gregory quando convidamos o Renato pra dirigir era absurdamente diferente. No caminho fomos encontrando outras rotas... Isto é uma das coisas mais incríveis do teatro: a imprevisibilidade, os acidentes que viram cena e fazem toda a diferença.

Nesse meio de caminho mais duas pessoas começaram a fazer parte da equipe: Vicente Concílio, na assistência de direção, com seu bom humor diário e suas impressões certeiras, e o Eduardo Serafin, que tem uma paciência gigante comigo na preparação com as músicas... Com uma equipe grande [pôxa, pra um solo, cinco pessoas é uma equipe grande, né?], as coisas ficam mais fáceis. Vocês entra em cena preocupado com estar em cena [o que já é sempre um abacaxi tamanho GG, não é?].

Tem um momento engraçado de processos em que o texto é escrito ao longo dos ensaios que é quando todo mundo se olha e diz: "Tá, mas como termina a história?". Na semana passada vencemos esta etapa, e já sabemos como tudo termina. Gregory nos enviou a ultima versão do texto, aí mexemos mais algumas coisas e já erguemos todas as cenas... o que é um alívio [acontece muito em processo colaborativo da gente discutir várias opções de final na semana da estréia, ou até na noite anterior, rs]. Estamos há pouco menos de um mês da estréia e agora é afinar, ensaiar com os últimos elementos de cenário que vão ficando prontos. Ao mesmo tempo, a reta final pra estréia é sempre um novo processo: muita coisa acontece em um mês!

Abraços,

Daniel


quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Como é que começa?


John Waters em foto de Dudley Reed


Primeiro ensaio hoje do espetáculo "Emoções Baratas ou Eu te amo Glória Pires" (não tô me aguentando de rir com este subtítulo). Frio do capeta lá fora. Lemos o texto novamente pensando o que fica o que sai. Ensaio à seco, sem aquecimento, direto na cena. Adorei. Estou há pelo menos uns três anos anos sem começar um processo novo como ator, e em geral nesse momento zero me acho a ferrugem em pessoa. Como estamos há pelo menos um ano e meio entre projetos e conversas sobre o tema, e o universo dos personagens, foi mais tranquilo começar. Parece que eu já conheço o personagem e que, desta vez, em vez de criá-lo vou encontrá-lo aos poucos. Fiquei com isso na cabeça. Que bom começar...


terça-feira, 4 de maio de 2010

Reunião Criativa.


presentes: eu, dani e greg (in memorian, direto de Blumenau, via o texto que ele nos enviou).

horário: 21:00 porque a gente trabalha e tem que parar pra jantar.

local: meu quarto, que é mais gostoso.

Dani demora pra começar porque tem que fumar um cigarro e outras necessidades.

Dani está meio "ator-criador".

(!)

leitura.

pirações.

cenário desenhado.

salão. cortina. espacialidades triviais.

sombras.

domingo, 4 de abril de 2010

o cerne da questão



Escreve aí: a senhora ainda vai se orgulhar de mim. Vai me ver lá botando pra quebrar e no canto do olho vai vir uma lagriminha. A primeira vai ser tua mesmo. Mas, depois de ver todo mundo pagando pau pra mim, aí sim, no canto do outro olho vai vir a segunda, a que é dos outros. "Bravo! É meu filho, gente! É o meu menino!". Pode escrever aí, ô velha escrota do caralho... a senhora ainda vai beijar os meus pés!
.

Começou

Sábado passado recebemos aqui em Floripa a visita do Gregory, nosso dramaturgo.

Eu considero essa a primeira reunião de trabalho da equipe central do projeto. Foi muito bom. Durante as conversas as coisas foram se esclarecendo, ainda que estejam no âmbito das vontades, dos desejos, das incertezas. Na maioria das vezes falamos sobre o que não queremos fazer, mais do que sobre alvos certeiros em relação ao texto, à encenação e ao estilo geral da montagem.

Falamos sobre personagem, performance, identificação, distanciamento. Sobre não-linearidade, organização dramatúrgica em quadros mais ou menos autônomos, números musicais. Falamos também sobre música pop com arranjo de coroa, kitsch, Lehman, monólogo-chato-que-a-gente-odeia.

E falamos sobre televisão, mais precisamente sobre a influência da telenovela sobre a formação do jovem brasileiro com mais de trinta, que ainda mora com a mãe.