domingo, 4 de abril de 2010

o cerne da questão



Escreve aí: a senhora ainda vai se orgulhar de mim. Vai me ver lá botando pra quebrar e no canto do olho vai vir uma lagriminha. A primeira vai ser tua mesmo. Mas, depois de ver todo mundo pagando pau pra mim, aí sim, no canto do outro olho vai vir a segunda, a que é dos outros. "Bravo! É meu filho, gente! É o meu menino!". Pode escrever aí, ô velha escrota do caralho... a senhora ainda vai beijar os meus pés!
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Começou

Sábado passado recebemos aqui em Floripa a visita do Gregory, nosso dramaturgo.

Eu considero essa a primeira reunião de trabalho da equipe central do projeto. Foi muito bom. Durante as conversas as coisas foram se esclarecendo, ainda que estejam no âmbito das vontades, dos desejos, das incertezas. Na maioria das vezes falamos sobre o que não queremos fazer, mais do que sobre alvos certeiros em relação ao texto, à encenação e ao estilo geral da montagem.

Falamos sobre personagem, performance, identificação, distanciamento. Sobre não-linearidade, organização dramatúrgica em quadros mais ou menos autônomos, números musicais. Falamos também sobre música pop com arranjo de coroa, kitsch, Lehman, monólogo-chato-que-a-gente-odeia.

E falamos sobre televisão, mais precisamente sobre a influência da telenovela sobre a formação do jovem brasileiro com mais de trinta, que ainda mora com a mãe.