quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Quem tem 30 lembra...

Antes...


e depois...



Como termina?

Nossa, sumimos por aqui. Blog tem dessas coisas...

A rotina de ensaios foi bem maluca desde o último post. O espetáculo foi erguido de maneira rápida [fazia tempo que eu não vivia um processo tão rápido e intenso]. Tudo muito diferente dos processos anteriores, nada de aquecimentos longos, nada de muita preparação [no sentido de exercícios físicos pra criar um corpo, um comportamento previamente estudado], ou seja, o embasamento para estar em cena é totalmente outro. Texto na mão, liga o corpo e vai. E o comportamento, e o gesto, e os sentidos, ou seja o personagem e seu universo, são construídos no próprio ato de levantar as cenas. Renato brinca: "Surpreenda-me!". E lá vamos nós. Uma delícia ser dirigido pelo Sr. Turnes, que sabe te pedir o que quer sem rodeios e não tem o menor problema em descartar coisas lindas que não vão ser úteis. Aliás, este tem sido um exercício de desapego como poucos. O projeto inicial que tínhamos eu e Gregory quando convidamos o Renato pra dirigir era absurdamente diferente. No caminho fomos encontrando outras rotas... Isto é uma das coisas mais incríveis do teatro: a imprevisibilidade, os acidentes que viram cena e fazem toda a diferença.

Nesse meio de caminho mais duas pessoas começaram a fazer parte da equipe: Vicente Concílio, na assistência de direção, com seu bom humor diário e suas impressões certeiras, e o Eduardo Serafin, que tem uma paciência gigante comigo na preparação com as músicas... Com uma equipe grande [pôxa, pra um solo, cinco pessoas é uma equipe grande, né?], as coisas ficam mais fáceis. Vocês entra em cena preocupado com estar em cena [o que já é sempre um abacaxi tamanho GG, não é?].

Tem um momento engraçado de processos em que o texto é escrito ao longo dos ensaios que é quando todo mundo se olha e diz: "Tá, mas como termina a história?". Na semana passada vencemos esta etapa, e já sabemos como tudo termina. Gregory nos enviou a ultima versão do texto, aí mexemos mais algumas coisas e já erguemos todas as cenas... o que é um alívio [acontece muito em processo colaborativo da gente discutir várias opções de final na semana da estréia, ou até na noite anterior, rs]. Estamos há pouco menos de um mês da estréia e agora é afinar, ensaiar com os últimos elementos de cenário que vão ficando prontos. Ao mesmo tempo, a reta final pra estréia é sempre um novo processo: muita coisa acontece em um mês!

Abraços,

Daniel